terça-feira, 16 de março de 2010

Buscando um lugar ao sol

Para quem não sabe sou jornalista e já entrevistei inúmeras pessoas, no entanto acredito que nenhuma entrevista tenha sido tão gratificante quanto à de hoje. Conversei com duas cervejeiras para fazer uma matéria sobre o crescimento das mulheres em um mercado que até pouco tempo era essencialmente masculino - o universo das cervejas. Confesso que foi uma das entrevistas mais produtivas e interessantes que já realizei e consigo inclusive visualizar a matéria. A ideia era falar sobre as dificuldades para ingressar neste mercado e como elas lidavam com a situação de gerenciar milhões de homens, mas acabei aprendendo e percebendo outros aspectos dessa profissão. Embora as mulheres estejam se inserindo no mercado de trabalho, elas ainda enfrentam inúmeros problemas. Existem estatísticas que dizem que as mulheres estudam durante maior tempo que os homens, no entanto ainda ganham bem menos que eles quando ocupam o mesmo cargo. Existem ainda, estatísticas que dizem que muitas mulheres quando atingem um cargo muito alto, acabam abrindo mão do lado pessoal - ser esposa e mãe. Eu nunca concordei com isto, sempre fui adepta do lado pessoal e profissional juntos. Acho que as mulheres precisam realmente se dedicar à profissão, precisam se inserir no mercado de trabalho e ser independente financeiramente, mas nunca concordei com o desistir de investir em um relacionamento, muito menos desistir da maternidade. Foi bom perceber que existem outras pessoas que pensam da mesma maneira; pessoas que inclusive lutam por isso. No entanto, foi triste imaginar que talvez muitas mulheres desistam da maternidade por não terem condições de trabalho que as auxiliem nessa empreitada, como por exemplo, uma simples creche na empresa. Isso facilitaria muito o compartilhamento da realização profissional e materna de uma mulher. É, as mulheres começaram de mancinho se libertando dos homens, entraram no mercado de trabalho, vem se tornando maioria neste mesmo mercado, estudam mais para serem reconhecidas, no entanto ainda tem salários menores e ausência de condições de trabalho. Infelizmente ainda há muito para conquistar. Há muito para lutar.

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